
Parentes de mulher com coronavírus deixam alimentos na porta dela, na Barra da Tijuca
12 de março de 2020Uma mulher de 43 anos, síndica do condomínio onde mora na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, testou positivo para o novo coronavírus nesta terça-feira. Para sobreviver ao longo de duas semanas sem sair de casa, onde vive com o marido e as filhas de 3 e 14 anos, ela contou ter tido ajuda de parentes, que deixam suprimentos em frente à porta e tocam a campainha para que ela possa buscá-los. Qualquer tipo de contato direto foi cortado.
— Nossa família tem vindo aqui e deixado remédios e comida em frente à porta e tocam a campainha para nos avisar. Devemos ficar em quarentena por 14 dias. Começamos o período de isolamento na segunda-feira, quando passei pelo exame.
A gerente administrativa contou que o marido apresentou os mesmos sintomas que ela: dor no corpo e febre. Apesar do resultado positivo para o Covid-19, ela disse ter se sentido melhor em pouco tempo. Ao se levantar da cama na manhã desta quarta-feira, afirmou ter retomado a energia para ações do cotidiano, como arrumar a casa, cozinhar e dar comida ao cachorro.
— Ontem (dia 10 de março) eu fiquei um pouco debilitada, mas ontem(quarta-feira, 11) acordei ótima. Meu marido estava mal também e começou a se sentir melhor.
A Organização Mundial da Saúde decretou, nesta quarta-feira, a situação do Covid-19 como uma pandemia. Diante disso, o Ministério da Saúde não terá mais uma lista de países com transmissão local para considerar um viajante com sintomas como caso suspeito. Dessa forma, qualquer pessoa que tenha vindo do exterior e tiver sintomas da doença, passará a ser considerada como caso suspeito, independentemente do país de origem.
De acordo com o boletim mais recente da Secretaria de Estado de Saúde, emitido por volta das 19h desta quarta-feira, há 13 casos confirmados no Rio — 11 na capital, um em Niterói e outro em Barra Mansa. Outros 88 casos suspeitos são monitorados.
O caso da moradora da Barra da Tijuca passará ainda por uma contraprova a ser analisada na Fiocruz. O estado permanece, portanto, no nível zero de contingência