
Delegado revelou medo de noiva antes de ser baleado com seis tiros
29 de maio de 2020Paulo Bilynskyj foi ferido por disparos feitos pela modelo Priscila Delgado, que acabou morta com um tiro no peito; polícia investiga se ela cometeu suicídio ou foi executada após ataque

Uma das linhas da investigação da polícia não descarta a possibilidade de o casal ter iniciado uma discussão e, no auge da briga, furiosa, a modelo ter atirado seis vezes contra o delegado. Mesmo ferido, ele teria pego a arma da mão dela e disparado um único tiro certeiro em seu peito. O que reforça essa tese são as mensagens trocadas entre Bilynskyj e a ex-namorada na noite da véspera do crime, onde ele revela ter pavor de Delgado. Na conversa, o policial diz a Juliana Trovão que terminou o namoro com a modelo naquele instante e relata o desdobramento da situação. O delegado assume que está com “muito medo” de ela fazer “algo errado”. O policial relata ainda que a modelo está chorando muito. Como resposta, Trovão diz que não conseguiria dormir ao lado de Delgado com tantas armas no apartamento. Bilynskyj responde ter pedido para a namorada dormir em um hotel, mas que ela se recusava a sair. Ele então, segundo as mensagens, diz que vai dormir no quarto de hóspedes, onde estão as armas da casa. Trovão aconselha o delegado a trancar a porta. Nas primeiras horas da manhã do dia seguinte, Bilynskyj mandou outra mensagem a Trovão contando que a namorada poderia estar grávida. “O que eu faço?”, perguntou o delegado. “Sai de casa!”, respondeu a ex-namorada. Bilynskyj não chegou a ver essa mensagem porque foi alvejado pela modelo.

Nos 20 dias em que morou com Bilynskyj, Delgado aprendeu a atirar. Ela chegou a postar em seu Instagram fotos segurando armas. O delegado não chegou a conhecer os pais da noiva, mas fez uma visita a um casal de primos dela em Curitiba. Eles seriam os padrinhos de casamento. Num jantar, Bilynskyj chamou a atenção dos parentes da modelo por causa da pistola que manteve na cintura o tempo inteiro. “Como ele é policial, achamos que fazia parte. Mas levar a arma a um jantar achei desnecessário”, comentou o primo, Marco Aurélio de Lima. Ele contratou um advogado para acompanhar toda a investigação. “Ninguém na família acredita na versão do delegado. Para nós, a Priscila foi executada”, frisou. Ele contou que tentou impedir que a modelo se mudasse para a casa do delegado com tão pouco tempo de namoro. “Mas ela disse que estava vivendo uma paixão arrebatadora. Foi impossível detê-la.”