
Carreta da Justiça oficializa união de casal junto há 46 anos
21 de setembro de 2018A Carreta da Justiça esteve nesta semana na comarca de Mundo Novo atendendo a população e contabilizou lindas histórias de amor. O juiz Luiz Felipe Medeiros Vieira, que responde pela unidade móvel da justiça, realizou a conversão da união estável em casamento de um casal com mais de 46 anos de união.
Oficializar a situação civil dessas duas pessoas emocionou o juiz. “O que mais me chamou a atenção foi a demonstração recíproca de carinho, de respeito, depois de quase 50 anos juntos. A preocupação deles, já com certa idade, era regularizar a situação de fato mediante a conversão. Pareceu-me nítida a preocupação de ambos em ter tudo certo, perante a lei. Um exemplo bonito de se ver”, disse ele.
Luiz Felipe está referindo-se ao casal Tereza Rodrigues Gouveia, de 64 anos, e Antonio Henrique dos Santos, de 84. Ela cuida da casa e ele é aposentado. Ao longo desse tempo juntos, tiveram seis filhos, hoje com idades entre 26 e 41 anos. Tereza confessou que a ideia de regularizar a situação do casal foi dos filhos, que sempre brincam com os pais afirmando que viviam em pecado.
“Todos nos atenderam bem e gostei muito do juiz, gente boa. Gentileza em pessoa. Fomos até a Carreta para resolver uns problemas com a identidade e eu não ia perder a viagem, né? Tiraram fotos nossas, e tudo foi resolvido rapidamente”, conta a dona de casa em sua simplicidade.
Outro casal atendido na Carreta do Amor, como vem sendo chamada a Carreta da Justiça, foi o prefeito de Mundo Novo, Valdomiro Sobrinho, e a esposa Gislaine, que converteram a união estável de mais de 20 anos em casamento na unidade móvel. E, no último dia de atendimento, Luiz Felipe realizou mais um reconhecimento de união estável homoafetiva, com troca de alianças e beijo no final.
“Esse trabalho realizado pela equipe da Carreta da Justiça aproxima a justiça da população, mas principalmente realiza muitos sonhos. Além desses casais, atendemos muitos outros em diferentes comarcas, que nos confidenciam o desejo de regularizar a união já consolidada pela convivência. Vimos casos de pouco tempo de união e agora nos deparamos com esse casal, que há quase meio século se ama e se respeita, que construiu uma família. Essa é nossa recompensa”, explicou o juiz.