
Moro diz que espera que prisões do caso Marielle sejam passo para ‘elucidação completa’ do crime
12 de março de 2019Polícia Civil do Rio prendeu na manhã desta terça dois suspeitos de terem executado a vereadora e o motorista Anderson Gomes. Moro disse que Polícia Federal continuará auxiliando no caso.
O ministro da Justiça, Sergio Moro, disse nesta terça-feira (12) que espera que as prisões de suspeitos de assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes sejam “mais um passo” para a “elucidação completa” do caso.
Moro se manifestou por meio da conta do Ministério da Justiça em uma rede social. No início da manhã desta terça, a Polícia Civil do Rio de Janeiro, em ação conjunta com o Ministério Público, prendeu Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Lessa é autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson e Elcio dirigiu o carro usado no crime. Os assassinatos completam um ano na próxima quinta-feira (14).
“O ministro Sergio Moro espera que as prisões e buscas relativas ao assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, realizadas hoje, sejam mais um passo para a elucidação completa deste grave crime e para que todos os responsáveis sejam levados à Justiça”, afirmou o texto postado pelo Ministério da Justiça.
“Moro lembra que a Polícia Federal tem contribuído e continuará contribuindo com todos os recursos necessários para a continuidade das investigações do crime e das tentativas de obstrui-las”, completou o ministério.
Prisões
Segundo informações obtidas pelo G1, Ronnie e Élcio estavam saindo de suas casas quando foram presos. Eles não resistiram à prisão e nada disseram aos policiais.
Ronnie estava em sua casa em um condomínio na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, o mesmo onde o presidente Jair Bolsonaro tem residência. Élcio mora na Rua Eulina Ribeiro, no Engenho de Dentro.
A Operação Lume, que efetuou as prisões, teve ainda 32 mandados de busca e apreensão contra os denunciados para apreender documentos, telefones celulares, notebooks, computadores, armas, acessórios, munição e outros objetos. Durante todo o dia, estão previstas buscas em dezenas de endereços de outros suspeitos.
Após a prisão de Ronnie, agentes fizeram varredura no terreno da casa dele e encontraram armas e facas. Detectores de metais foram usados para vasculhar o solo, e até uma caixa d’água passou por vistoria.
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Agente vasculha caixa d’água na casa de Ronnie Lessa, na Barra da Tijuca (RJ) — Foto: Reprodução/TV Globo
‘A mando de quem?’, questiona Freixo
O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) disse que, apesar das duas prisões, o caso “não está resolvido”. Amigo de longa data, ex-chefe e correligionário de Marielle, ele questionou: “A mando de quem [ela foi assassinada]?”.
“São prisões importantes, são tardias. É inaceitável que a gente demore um ano para ter alguma resposta. Então, evidente que isso vai ser visto com calma, mas a gente acha um passo decisivo. Mas o caso não está resolvido”, disse Freixo em entrevista ao G1 e ao Bom Dia Rio.
“Ele tem um primeiro passo de saber quem executou. Mas a gente não aceita a versão de ódio ou de motivação passional dessas pessoas que sequer sabiam quem era Marielle direito.”