
Em MS, 350 profissionais terão de rever declaração na Receita
24 de abril de 2019Em Mato Grosso do Sul, foram identificadas 350 pessoas com divergência na declaração de despesas. Os rendimentos apresentados somaram R$ 214 milhões, no entanto, conforme explicado pelo auditor-fiscal da Receita Federal em Campo Grande, Edson Ishikawa, este total representa apenas 27,2% das deduções de livro caixa.
A fim de oferecer oportunidade para o profissional identificar a inconsistência e realizar a correção, informadas em Livro Caixa, referente aos anos -calendário 2014 a 2017, solicitando a retificação das declarações do Imposto de Renda. Foram encaminhadas notificações escritas, via Correios e Telégrafos. O prazo para responder aos questionamentos da Receita Federal é 14 de maio e o não cumprimento será passível de autuação e multa.
“Neste momento é a fase de colocar o contribuinte a par da situação, a fim de oferecer oportunidade para que ele esclareça ou não, as divergências. Se forem constatadas e não justificadas, o titular receberá um auto de infração, a partir de 17 de junho. Já os declarantes que buscarem a Receita espontaneamente terão oportunidade pagar as pendências de forma parcelada”, esclareceu Ishikawa ao Correio do Estado.
SOBRE A OPERAÇÃO
Esta é a 2ª fiscalização realizada na 1ª região fiscal, dando continuidade à operação de mesmo nome realizada em Goiás pelo grupo de Operações Especiais da Delegacia da Receita Federal em Goiânia e Anápolis.
Em Mato Grosso do Sul foram identificados 77,07 mil profissionais liberais, pelo cadastro de Declaração de Imposto de Renda de Pessoas Físicas, no período de 2014 a 2017. Ao todo, foram declarados R$ 4,64 bilhões em rendimentos tributáveis, de atividades sem vínculo empregatício. Deste total, R$ 786 milhões foram escriturados em livro caixa, detalhou a Receita.
Para o chefe da fiscalização, Marcos Más, o procedimento de notificação e correção deverá ser tranquilo. “Esperamos não ter novidades e reforçamos que os comunicados não tem caráter punitivo, apenas informativo”, conclui.
O termo da operação, refere-se à Caixa de Pandora, narrativa da mitologia grega que descreve o envio de Pandora à terra por Zeus, acompanhada por uma caixa e a recomendação de jamais abri-la, uma vez que dentro dela, os deuses haviam inserido um rol de males aos homens. Imbuida de curiosidade, Pandora acabou abrindo a caixa, liberando todas as mazelas que continha, mas fechou antes que a esperança pudesse sair.
As despesas declaradas em livro caixa, em razão da amplitude do rol de documentos que podem comprovar sua escrituração, são de conteúdo cuja verificação é mais onerosa, constituindo verdadeira caixa de Pandora para a Receita Federal.