
Após morte de paciente, Defensoria encontra mais irregularidades no Hospital da Vida em Dourados
21 de agosto de 2019A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul realizou nova vistoria no Hospital da Vida após a morte de uma paciente, na última sexta-feira (16). Os familiares da assistida procuraram a Instituição e relataram que a unidade de saúde não realizou os exames laboratoriais solicitados pelos médicos, mesmo diante do grave quadro clínico de infecção bacteriana.
A situação caótica do Hospital da Vida já havia sido registrada pela Defensoria, em visita que aconteceu há uma semana, e que motivou a transferência de oito pacientes a pedido da instituição.
Conforme a defensora pública, Mariza Fátima Gonçalves, a nova vistoria foi realizada na tarde desse domingo 18/8 e teve a presença da presidente da Comissão de Saúde da 4ª Subseção da OAB Dourados/Itaporã, Heleza Izidoro.
Na oportunidade, foram encontradas mais irregularidades no Hospital, como: condições precárias nos banheiros de algumas alas; a ausência de sistema de refrigeração dos quartos de pacientes pós cirúrgicos e dos pacientes isolados com infecção; além da falta de insumos básicos, e indícios de poucos enfermeiros e médicos, frente a quantidade de pacientes internados.
A defensora relata que uma das pacientes, internadas no setor de ortopedia, se queixou da falta de refrigeração no quarto e detalhou dificuldade em fazer exames. Segundo a mesma, os procedimentos só foram realizados depois que ela denunciou na ouvidoria do hospital. Porém, mesmo assim, houve demora na entrega dos resultados.
Em análise ao prontuário médico da assistida, constatou-se que a paciente passou por cirurgia ortopédica, estando com pinos na tíbia e no calcanhar, e após o procedimento foi acometida com infecção bacteriana, denominada Osteomelite Crônica, na perna esquerda.
Medidas
O caso da morte da paciente segue em apuração para melhor salvaguarda do direito da família envolvida. Já as demais irregularidades, a Defensoria Pública recomendou administrativamente que sejam resolvidas, evitando-se a judicialização do tema.
“A Defensoria entrou em contato com os responsáveis pela manutenção do sistema de refrigeração e foi comunicada que será necessária a troca dos aparelhos de ar condicionado, assim que repassado o devido orçamento para a administração do hospital. Também solicitamos à enfermeira chefe da unidade que nos encaminhasse o número de profissionais e as suas respectivas escalas, para verificarmos eventuais gargalos nas escalas, sobrecarregando os profissionais, em detrimento ao acompanhamento dos pacientes lá internados. Por fim, foi recomendado à administração sobre a manutenção dos banheiros, dormitórios da equipe, bem como a falta de insumos básicos”, afirma a defensora pública.
Embora persistam algumas irregularidades, a defensora pública destacou que alguns problemas encontrados na primeira visita, como os “leitos” improvisados nos corredores, foram sanados, o que também pode ser comprovado pelos relatos dos pacientes lá internados.