
Com relatório esvaziado, Previdência deverá economizar R$ 800 bilhões
13 de junho de 2019Rodrigo Maia quer aprovar o texto na comissão até o dia 25 de junho para tentar votá-lo no plenário da Casa na primeira semana de julho
Enfim a tramitação da reforma da Previdência segue seu caminho na Câmara dos Deputados. O relator da comissão especial para o tema, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) apresenta seu relatório nesta quinta-feira, 13, apesar de a oposição ter tentado adiar a leitura. Segundo indicou o deputado, a nova versão da proposta deve economizar um valor entre 800 e 850 bilhões de reais em dez anos, abaixo da meta de economia de 1,2 trilhão de reais estipulada pelo governo com o texto original.
Na véspera da leitura de seu parecer, após uma reunião dos líderes da Câmara, Moreira divulgou que os estados e municípios serão excluídos da proposta de reforma. Como está, a reforma não inclui uma emenda com efeito automático para os funcionários estaduais e municipais. Os governadores e prefeitos terão, dessa forma, que aprovar as mudanças previdenciárias em suas assembleias locais.
“O relatório virá sem os governadores e se apresenta uma emenda reincluindo”, afirmou na tarde de ontem Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara. A ideia dos líderes é forçar os governadores e prefeitos a arcarem com o custo político de apoiar uma reforma impopular. A batalha agora é buscar 308 votos dos deputados para a aprovação, no plenário da Casa, de uma emenda que os insira novamente no texto. “Nós queremos incluir, mas é uma questão política”, afirma Maia.
Os governadores desejam ser incluídos para poderem usar a verba economizada com a Previdência em outras áreas, como saúde e educação. Hoje, o déficit previdenciário dos estados é de aproximadamente 90 bilhões de reais por ano. Só nos primeiros quatro meses de 2018, já passou de 20 bilhões, com alta de 15% sobre 2018. De acordo com o Ministério da Economia, a proposta apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro traria uma economia de 350 bilhões de reais, em dez anos, aos estados, e de 170 bilhões para os municípios.