Juiz manda transferir PM para Presídio Militar

Juiz manda transferir PM para Presídio Militar

11 de julho de 2019 0 Por redacao

Defesa queria manter acusado no quartel da Polícia Militar Ambiental em Dourados; juiz também manteve prisão preventiva

Em audiência de custódia encerrada há pouco, o juiz Eguiliell Ricardo da Silva, da 3ª Vara Criminal, negou pedido da defesa e manteve a transferência do policial militar Dijavan Batista dos Santos, 37, para o Presídio Militar em Campo Grande. Dijavan está preso por matar, na segunda-feira (8), o bioquímico Julio Cesar Cerveira Filho, 43, dentro do cinema do Shopping Avenida Center, em Dourados.

Representada pelos advogados Leonardo Francisco Arosi, Paulo Rogério da Mota, Thalita Rafaela Gonçalves Peixoto Victor Jorge Matos, a defesa pediu que Dijavan continuasse recolhido no quartel da Polícia Militar Ambiental, onde está desde o dia do crime. A sede da PMA em Dourados fica a 200 metros do local do crime.

“Indefiro o requerimento de manutenção do autuado no Comando de Polícia Militar Ambiental, tendo em vista que a unidade penal própria para custódia de presos militares, ainda que provisórios, é o Presídio Militar Estadual”, decidiu o juiz.

A morte ocorreu durante confusão supostamente por causa da poltrona ocupada pelo filho do PM, de 14 anos de idade. Julio estava acompanhado da filha adolescente. Pelo menos 150 pessoas, a maioria crianças, lotava a sala 1 no momento do crime. Todos assistiam ao filme “Homem Aranha – Longe de Casa”.

Ontem, o juiz Eguiliell Ricardo da Silva já tinha transformado o flagrante em prisão preventiva, “para resguardar a ordem pública e para conveniência da instrução penal”.

Para o juiz douradense, “o delito teria sido perpetrado dentro de uma sala de cinema lotada de pessoas, no período vespertino, em uma sessão de filme destinado ao público jovem e em período de férias escolares, causando enorme tumulto, correria e clamor social, o que evidencia a gravidade concreta da conduta imputada, na medida em que a ação pode ter colocado em risco a vida de várias pessoas”.

Já o promotor Luiz Eduardo Sant’anna Pinheiro chamou a atenção para o fato de que o policial militar não estava no exercício de suas funções e ainda com uma arma ilegal.

“O crime foi praticado na presença de todos os ocupantes da sala de cinema, muitos deles, crianças de tenra idade, colocando em risco a população ali existente e gerando pânico a todos, que estavam em um ambiente escuro, sem visibilidade. A vítima estava desarmada. A arma de fogo que o representado portava – uso restrito – não possuía registro, portanto, ilegal”, afirmou o promotor.

O advogado de Dijavan, Victor Matos, disse ao Campo Grande News que a defesa ainda analisa o caso para decidir qual providência adotar para tentar a liberdade provisória do acusado.

Já o advogado Pedro Teixeira Silva, que representa a família de Julio Cesar Cerveira Filho, divulgou nota nesta quarta-feira informando que os familiares da vítima não vão se pronunciar por enquanto e pede respeito ao luto.

“O momento requer parcimônia, humanidade e sensibilidade, uma vez que todos os fatos estão sendo elucidados pela investigação e as notícias veiculadas dão conta tão somente da versão do acusado, autor do disparo que culminou nesta tragédia, exposta em seu depoimento à Polícia Civil”, diz a nota.

O inquérito sobre o assassinato é conduzido pelo delegado Francis Flávio Tadano Araújo Freire, da 2ª Delegacia de Polícia Civil. Como se trata de réu preso, ele tem dez dias para concluir a investigação.