Lixo ou Luxo – O rastro do resto!

Lixo ou Luxo – O rastro do resto!

18 de outubro de 2017 8 Por jornalms

* Professora MSc. Joana Prado Medeiros

Todos nós retiramos o lixo de nossas casas e os colocamos nos lugares destinados para este fim, contudo a pergunta que não quer calar é atendemos o lixo que vem de fora? Ora, pois qual é o lixo que vem de fora?

A enorme falta de técnicos em gestão ambiental por conta de uma série de motivos que não cabe elencar aqui é uma verdade que incomoda a governança municipal de várias cidades nacionais.

Caros leitores, bom é relembrar que designer de lixo, os lixólogos especialistas e gestores em reciclagem compõem alguns nomes da famosa profissão do futuro que contribuíram com projetos e soluções para as cidades, associações e empresas com o objetivo de garantir além da conhecida segurança sanitária o reaproveitamento de resíduos sólidos na cadeia produtiva ou na chamada geração de formas limpas de energias tão necessárias para nós.

Estes profissionais (assim esperamos rsrsrsrs) com a devida análise dos aspectos sociais, econômicos, de cada município serão capazes de atuar elaborando projetos e planos em conformidade com a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, de 2010. Com a devida licença informo que não pesquisei dados atuais digo para 2017 se houve mudanças ou não sobre a referida Política Nacional.

Sabemos que com a crescente industrialização aumentou o processo de urbanização e conseguimos tirar do lixo o seu luxo e o seu lucro que mesmo assim se transformou em um problema para a nossa sociedade.

O conceito de “desenvolvimento sustentável” deslindado em conversas de barzinhos até as instituições de ensino contribuem para reformularmos a nossa concepção a respeito do luxo do lixo e precisamos pensá-lo como uma prioridade que pode ser reintegrado ao ciclo produtivo.  É de conhecimento da maioria os verbos reduzir reutilizar e reciclar os resíduos sólidos aumentando assim o ciclo de vida útil dos materiais.

Afinal o lixo já não é somente uma questão de ordem pública este transita entre a esfera do espaço urbano público e o privado seguido de várias instituições, incorrendo em um entrelaçamento de poderes na nossa sociedade.

Ao tratarmos o lixo nosso de cada dia confrontando com os diversos interesses, podemos compreender como o lixo conquistou um espaço fundamental em congressos nacionais e internacionais e em inúmeros setores da área do saber.

Se no passado distante jogar fora o lixo era um hábito tão simples no sentido de “impensado” como escovar os dentes, hoje arremessar uma simples garrafa pet que infelizmente para muitos não exige um segundo sequer de raciocínio representa um ato matizado de conteúdos significativos, é preciso perceber “os rastros do resto”.

Separar o joio do trigo e o trigo do joio continua uma questão atual, idem ao lixo sempre um objeto de nossas preocupações. Finalmente, o repensar sobre o que jogamos fora requer a ajuda de profissionais capazes de administrar da melhor maneira possível à diversidade de matérias sólidos recicláveis em uma determinada sociedade.

Que aumente as faculdades de lixologia… Que cada vivente desde planeta compreenda tudo isso e um tanto quanto mais…Eu já sei que não posso jogar minha garrafa pet nas ruas ao léu…nos canteiros para “enfear” a cidade. É, essa mesma garrafa pet retorna na minha calça jeans desfiada e desafiadora enfrenta o mundo vestida em mim…

* Professora MSc. Joana Prado Medeiros, douradense, graduada em História, especialista em História do Brasil, mestre em História e doutoranda em História. Professora na UNIGRAN Dourados (MS). Agora Colunista no Jornal MS Online.