Autismo – a importância do diagnóstico precoce

Autismo – a importância do diagnóstico precoce

15 de julho de 2020 0 Por redacao

O Autismo ou TEA (Transtorno do Espectro do autista) pode ser definido como uma síndrome comportamental que pode ser observada por dificuldades na interação social, na comunicação, e em padrões de comportamentos restritivos e repetitivos. Pode ser classificado em leve, moderado ou grave. Uma das diferenças entre o nível leve do moderado é o suporte, ou seja, o quanto de ajuda a criança precisa para realizar atividades do dia a dia, o quanto ela precisa de mediação para desenvolvê-las. No nível leve temos poucos sintomas, e não temos a deficiência intelectual associada, havendo aqui um atraso muito leve na comunicação. 

No espectro do autismo de nível moderado, a maioria das crianças tem mais dificuldades e mais sintomas, seu QI é abaixo de 70 pontos, e possuem mais comportamentos disruptivos e repetitivos, possuindo uma dificuldade muito maior na escola e nas atividades diárias, além de manifestar várias esteriotipias e um considerável atraso na fala.

Autismo não é doença, é uma condição que esta relacionada ao desenvolvimento do cérebro, e que afeta a forma como uma pessoa percebe o mundo e se socializa, com prejuízos na linguagem e na comunicação. Não existem remédios para o autismo, o que existem são medicamentos para tratar os sintomas. Quanto antes a criança for diagnosticada melhor, pois crianças tratadas com uma intervenção precoce podem desenvolver habilidades fundamentais para sua reabilitação e qualidade de vida. A dificuldade maior é que muitas vezes os pais se recusam em aceitar que o filho tem algumas características que requerem atenção especial e acabam não procurando uma ajuda profissionalizada.

Hoje existe uma consciência maior à respeito do assunto, há alguns anos atrás, quando começei a atender crianças autistas no consultório psicopedagógico para intervenção quanto a alfabetização, não tínhamos no MS centros de referência para o diagnóstico, assim, mesmo com a suspeita de autismo, só se diagnosticava a criança após os cinco anos de idade para depois iniciar o tratamento. A partir do momento que a síndrome foi sendo mais conhecida, o diagnóstico passou a ser feito mais cedo, melhorando muito a qualidade de vida da criança e de toda a família. 

Fique atento aos seguintes sinais de alerta: se a criança não acompanha objetos que se movem na sua frente; não sorri para as pessoas; não responde a sons altos ou possui muita sensibilidade auditiva; não demonstra afeto por pessoas familiares; não faz contato visual; não demonstra reciprocidade; não responde às tentativas de interação ou não atende quando é chamada pelo próprio nome. Uma criança que não aponta para compartilhar uma atenção com voce do tipo “olha o carro, ou olha o passarinho”, ou que prefere ficar isolada de tudo e de todos, que manifesta comportamentos repetitivos como balançar o corpo para frente e para trás, balançar a cabeça exageradamente e sem um propósito definido, se irrita facilmente, organiza os brinquedos e os separa por cor e forma e não admite mudanças de rotina, possuindo uma seletividade exagerada na alimentação. O diagnóstico é clínico e os critérios diagnósticos utilizados para a identificação do transtorno do espectro autista estão descritos no DSM-5.

Em razão do Autismo ser uma deficiência que atinge circuitos neuronais que não se recuperam, é importante que o diagnóstico seja feito cedo e normalmente os médicos mais indicados para essa avaliação são psiquiatras, neurologistas ou neuropediatras. Assim, o tratamento e a intervenção com o apoio de uma equipe multidisciplinar de profissionais poderão promover uma integração de exercícios motores, sensoriais, cognitivos e comportamentais simultaneamente à interação com o outro, para um melhor desenvolvimento de vínculo afetivo, autonomia e independência.

Denise Caramori

Psicopedagoga/ Terapeuta

Equoterapeuta/Equitadora

denicaramori@hotmail.com