
Crianças – suas necessidades e direitos
13 de agosto de 2020Todos os dias enfrentamos situações em que precisamos decidir se o nosso comportamento é adequado ou não. Quando estamos com as criancas é preciso ensiná-las também qual a conduta mais adequada em determinadas situações, levando em conta se o seu comportamento à coloca em situações de risco, ou infringe os direitos de alguém.
Por exemplo, a preocupação com a segurança é a razão pela qual as crianças são impedidas de correr com objetos ponteagudos na mão, ou subir em lugares perigosos, ou atravessar a rua correndo, do mesmo modo, não permitir que a criança rabisque ou desenhe nas paredes de casa tem por finalidade proteger e cuidar dos objetos. Os padrões de segurança e os direitos das pessoas são aplicáveis às crianças de várias idades e habilidades, incluindo aquelas com necessidades especiais. Toda criança precisa de limites tanto quanto precisa de outras oportunidades de aprendizagem, necessidades e direitos.
Rubem Alves citou os “Dez direitos naturais das crianças”, que compartilho aqui com vocês, para que possamos refletir: 1. Direito ao ócio: Toda criança tem o direito de viver momentos de tempo não programado pelos adultos. 2. Direito a sujar-se: Toda criança tem o direito de brincar com a terra, a areia, a água, a lama, as pedras. 3. Direito aos sentidos: Toda criança tem o direito de sentir os gostos e os perfumes oferecidos pela natureza. 4. Direito ao diálogo: Toda criança tem o direito de falar sem ser interrompida, de ser levada à sério nas suas idéias, de ter explicações para suas dúvidas e de escutar uma fala mansa, sem gritos. 5. Direito ao uso das mãos: Toda criança tem o direito de pregar pregos, de cortar e raspar madeira, de lixar, colar, modelar o barro, amarrar barbantes e cordas, de ascender o fogo. 6. Direito a um bom início; Toda criança tem o direito de comer alimentos sãos desde o nascimento, de beber agua limpa e respirar ar puro. 7. Direito à rua: Toda criança tem o direito de brincar na rua e na praça e de andar livremente pelos caminhos. 8. Direito à natureza: Toda criança tem o direito de construir uma cabana e árvores nas quais subir. 9. Direito ao silêncio: Toda criança tem o direito de escutar o rumor do vento, o canto dos pássaros, o murmúrio das águas. 10. Direito à poesia: Toda criança tem o direito de ver o Sol nascer e se pôr e de ver as estrelas e a Lua – e todo adulto tem o direito de ser criança”
Não ajudamos as crianças quando atendemos todas as suas vontades. O modo de ajudar, muitas vezes é estipulando regras claras e consistentes, limites são necessários, interesse, amor, porque queremos a segurança da criança, e o seu bem estar, sem nos esquecermos que suas emoções são legítimas e precisam ser respeitadas, e consideradas em todas as situações, muitas vezes, as crianças intensificam comportamentos para comunicar sentimentos.
Quando o adulto diz: “aconteceu alguma coisa que aborreceu você ou que te deixou triste?” a criança se sente vista e reconhecida, respeitada. É importante prestar atenção na palavras que dirigimos à elas, cuidado com rótulos (preguiçoso, hiperativo, guloso, burro) quando recebem comentários deste tipo, as crianças ficam magoadas, na defensiva e desenvolvem uma baixa autoestima, ou pensam que satisfazer os adultos está além de suas capacidades. Quando os adultos usam razões para explicar quais atitudes são aceitáveis ou não, ajudam as crianças a fazer associações com mais facilidade, além disso o nível de desenvolvimento da criança vai ser influenciado de acordo com o que faz sentido para ela.
Denise Caramori
Psicopedagoga/ Terapeuta
Equoterapeuta/ Equitadora
denicaramori@hotmail.com