
Sonda da NASA descobre água no asteroide Bennu
11 de dezembro de 2018ados da missão OSIRIS-REx (sigla paraOrigins Spectral Interpretation Resource Identification Security Regolith Explorer) da NASA revelaram água no interior de materiais argilosos que compõem o asteroide Bennu.
Desde agosto, a sonda viajou 2,2 bilhões de quilômetros para chegar a 19 km distância de Bennu no último dia 3 de dezembro. Os cientistas fizeram observações do corpo rochoso por meio do Espectrômetro Visível e Infravermelho (OVIRS) e do Espectrômetro de Emissão Térmica (OTES), que revelaram a presença de moléculas que contêm oxigênio e átomos de hidrogênio ligados, conhecidos como hidroxilas.
Astrônomos suspeitam que estes grupos de hidroxilas existam em minerais argliosos do asteroide. Isso significa que, em algum momento, o material rochoso de Bennu interagiu com água.
De acordo com a NASA, Bennu é pequeno demais para abrigar água líquida, mas esta descoberta indica que água líquida estave presente no corpo do seu pai, um asteroide ainda maior.
“A presença de minerais hidratados confirma que Bennu, remanescente do início da formação do Sistema Solar, é um excelente exemplar para a OSIRIS-REx estudar a composição de voláteis e orgânicos primitivos”, disse Amy Simon, cientista do Centro de Voos Espaciais Goddard, nos Estados Unidos. “Quando amostras deste material chegarem à Terra em 2023, cientistas irão receber um tesouro de novas informações sobre a história e a evolução do Sistema Solar.”
Além disso, os dados obtidos da OCAMS (câmera da espaçonave) confirmam um modelo de Bennu criado por Michael Nolan, chefe da equipe científica da OSIRIS-REx, em 2013. Segundo o trabalho, o asteroide tem pelo menos 10 metros de altura, com o máximo sendo 50 metros. Já a largura é de aproximadamente 55 metros.

O material da superfície de Bennu é uma mistura de regiões muito rochosas, cheias de pedregulhos. No entanto, a quantidade de pedras é maior do que o esperado. Cientistas farão novas observações para avaliar se uma amostra pode ser levada de Bennu para à Terra. “Nossos dados iniciais mostram que a equipe escolheu o asteroide correto como alvo da missão OSIRIS-REx. Ainda não descobrimos nenhum problema insuperável”, disse Dante Lauretta, da Universidade do Arizona. “A sonda está bem e os instrumentos científicos estão funcionando melhor do que o necessário.”
A missão está realizando um levantamento preliminar do asteroide, voando em distâncias de até 7 quilômetros para determinar a massa do objeto com maior precisão – a informação é necessária para projetar a inserção da nave na órbita de Bennu, visto que a massa interfere na atração gravitacional do corpo rochoso.
Segundo a NASA, essa pesquisa também fornece a primeira oportunidade para que o Altimetro Laser OSIRIS-REx (OLA), instrumento aportado pela Agência Espacial Canadense, faça observações.
A primeira inserção orbital da sonda está programada para 31 de dezembro, permanecendo até meados de fevereiro de 2019, quando deve sair para outra fase de levantamento. No começo, a nave vai orbitar o asteroide a uma distância entre 1,4 km e 1,2 km do centro de Bennu.