Corte de gastos: quem ganhou, quem perdeu e quem ficou de fora

Corte de gastos: quem ganhou, quem perdeu e quem ficou de fora

30 de novembro de 2024 0 Por redacao

O pacote de gastos públicos apresentado nesta semana mostrou uma vitória da ala política do governo, em especial de ministros filiados ao PT, que conseguiram desidratar algumas das medidas estudadas e que mais impactariam suas pastas. Entre os anúncios feitos, estão a limitação para o crescimento do salário mínimo, a restrição para o abono salarial e o aumento nos impostos dos chamados super-ricos — este último para bancar a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR).

O pacote inclui ainda uma limitação dos supersalários no serviço público, com listagem dos itens que poderão exceder o teto constitucional, e também prevê uma economia com a contratação de novos servidores.

Ainda que fustigado pelo mercado financeiro, o pacote tem a marca do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que recebeu o apoio público de boa parte do Congresso — incluindo os presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Mesmo com a demora na apresentação das medidas, o chefe da pasta foi visto como hábil ao conciliar interesses divergentes.

Por outro lado, alguns analistas avaliaram que ele teve de ceder a interesses político-eleitorais e foi alvo de muito “fogo amigo” ao longo do processo. Embora acenando à base petista com a isenção de IR, ele acabou comprando uma briga com agentes financeiros, que não esperam a combinação desse item junto do pacote de corte de gastos. O dólar encerrou essa sexta-feira (29/11) em alta de 0,19%, a R$ 6. A alta acumulada da semana chega a 3,79%, exibindo a resistência do mercado ao pacote.

Para economistas, cortes são insuficientes para garantir meta fiscal