
Avião que buscará 2 milhões de doses de vacinas na Índia inicia viagem
15 de janeiro de 2021Um avião equipado com contêineres decolou do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, São Paulo, às 16h52 desta quinta-feira, dia 14 de janeiro, e deu início a viagem para buscar, na Índia, 2 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 produzida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca. O lote faz parte da importação solicitada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para adquirir o imunizante junto ao laboratório indiano Serum.
A aeronave da Azul Linhas Aéreas A330neo, a maior da empresa, tem uma parada programada em Recife, Pernambuco. De lá, o avião segue para Mumbai para buscar a carga das doses, com peso estimado de 15 toneladas. Serão 15 horas de voo, sem escalas, em um trajeto de 12 mil quilômetros. O imunizante ainda aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial.
Inicialmente, a companhia aérea e o governo federal informaram que o avião sairia de Viracopos às 13h. No entanto, a previsão passou para às 15h30, segundo a Azul, por conta de um atraso para fazer a adesivagem da aeronave.
A mensagem “Brasil Imunizado: Somos uma só Nação” e a imagem do “Zé Gotinha” foram estampados nas duas laterais do A330neo.
A partida, no entanto, só ocorreu mais de uma hora depois. Segundo o Ministério da Saúde, o novo atraso ocorreu por conta de manutenções de rotina na aeronave.
A saída de Pernambuco, que estava programada para às 23h desta quinta, também atrasou e vai acontecer só nesta sexta-feira, no mesmo horário.
De acordo com o Ministério da Saúde, os contêineres vão garantir o controle de temperatura das doses, conforme as recomendações do fabricante. A pasta havia informado que o avião chegaria ao Brasil com as doses da vacina no sábado (16), pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim, conhecido como Galeão, no Rio de Janeiro. No entanto, o governo disse que, “por questões logísticas”, a nova previsão de chegada ainda “está sendo avaliada”.
O transporte das doses atende a uma resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que autoriza empresas aéreas a auxiliarem no transporte de vacinas contra o novo coronavírus. Segundo a Azul, a rota até a Índia é inédita para a companhia.
O Ministério da Saúde aguarda a resposta da Anvisa sobre o pedido de uso emergencial para iniciar a campanha de vacinação. Além da vacina de Oxford, outro imunizante contra a Covid-19, a CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, também pediu a aprovação da agência para aplicação no Brasil.
A vacina de Oxford
Um estudo publicado e revisado na revista científica “Lancet” diz que a vacina de Oxford tem eficácia média de 70% e é segura. Os testes ocorreram em diversos países, inclusive no Brasil. Como vantagem, a tecnologia usada pelo imunizante é de produção, armazenamento e distribuição consideradas mais fáceis.
No fim de dezembro, o Reino Unido e a Argentina autorizaram o uso emergencial da vacina de Oxford. Saiba mais sobre a vacina de Oxford abaixo:
A vacina teve 90% de eficácia quando administrada em meia dose seguida de uma dose completa com intervalo de pelo menos um mês, de acordo com dados de testes no Reino Unido.
Quando administrada em 2 doses completas, a eficácia foi de 62%. A análise que considerou os dois tipos de dosagem indicou uma eficácia média de 70,4%.
Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram os dados de 11.636 pessoas vacinadas. Dessas, 8.895 receberam as duas doses completas, e 2.741 receberam a meia dose seguida de uma dose completa.
Cerca de 88% dos voluntários analisados (10.218) tinha de 18 a 55 anos de idade.
Nenhum participante com 56 anos de idade ou mais recebeu a meia dose seguida da dose completa, que tiveram maior eficácia
A eficácia da vacina nos participantes acima de 56 anos não foi avaliada, mas será determinada em análises futuras.
Pesquisadores investigam o potencial da vacina para prevenir casos assintomáticos da Covid-19.