Em dois anos, peritos identificam 22 novos tipos de drogas circulando em MS

Em dois anos, peritos identificam 22 novos tipos de drogas circulando em MS

28 de fevereiro de 2019 0 Por jornalms

Os peritos do Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (Ialf) identificaram 22 novos tipos de drogas circulando em Mato Grosso do Sul entre 2017 e 2018. Esse número sobe para 34 se levado em consideração que a equipe fez a primeira identificação em 2014.

A descoberta feita pela Perícia Oficial do Estado sobre essa nova atuação de traficantes ainda repercutiu nacionalmente, com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) incluindo os entorpecentes em uma lista de alerta para autoridades de todo o Brasil e ainda reportando para instituições internacionais.

As novas drogas foram identificadas como ADB-Fubinaca (do grupo canabinoides sintéticos); 4-Fluoro-PHP, Dibutilona, MDPPP e N-Etilpentilona (Efilona) – que são do grupo catinonas sintéticas -; ainda 25B-NBOH, 25B-NBOMe, 25C-NBF, 25C-NBOH, 25C-NBOMe, 25E-NBOH, 25I-NBF, 25I-NBOH, 25I-NBOMe, 25C-B, 2C-I, DOC (do grupo feniletilaminas); DMT, MIPT e N,N-Dimetiltriptamina (do grupo triptaminas); além de Fentanil e Furanilfentanil (do grupo outras substâncias psicodélicos, opioides, sedativos/hipnóticos, estimulantes).

A contribuição da equipe do Ialf foi incluída no relatório de atividades 2017/2018 do Grupo de Trabalho para Classificação de Substâncias Controladas, que foi publicado no dia 15 de fevereiro deste ano.

As novas substâncias psicoativas (NSP) identificadas em Mato Grosso do Sul foram apreendidas em diferentes ações das Polícias Civil, Militar e do DOF (Departamento de Operações de Fronteira).

A identificação dessas NSPs acontece com base em regulação do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

“São substâncias de abuso, seja na forma pura ou como parte de uma mistura, que não são controladas internacionalmente pela Convenção Única de Entorpecentes (1961) e nem pela Convenção de Substâncias Psicotrópicas (1971), mas podem representar uma ameaça à saúde pública”, especifica o relatório da Anvisa.

Quase 70% dessas novas substâncias foram descobertas entre 2013 e 2017.

No Brasil, o mercado ilegal concentra em drogas do tipo feniletilaminas, canabinoides sintéticos, catinonas sintéticas, triptaminas, substâncias do tipo fenciclidina, substâncias de origem vegetal e outras substâncias (opioides, sedativas/hipnóticas, estimulantes e alucinógenas clássicas).

O uso dessas novas drogas pode causar convulsões, agitação, agressão, psicose aguda, desenvolvimento de dependência e até a morte. Ainda estão sendo feito estudos para tentar identificar o potencial de risco para causar câncer e o nível de toxicidade desses novos entorpecentes. “A identidade da droga consumida é por vezes desconhecida ou mascarada, levando a efeitos imprevisíveis”, aponta a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O resultado disso na saúde pública é o atendimento de emergências em hospitais.