
Ministério da Saúde recomenda que viajante internacional fique em casa por 7 dias ao chegar ao Brasil
13 de março de 2020Alerta vale também para os que não têm sintomas de Covid-19. Pasta orienta, também, que grandes eventos devem ser cancelados ou adiados. Veja lista completa de recomendações.
Se as ações propostas não forem adotadas, é possível que o número de casos no país dobre a cada três dias, segundo o Ministério da Saúde. Até quinta-feira (12), o Brasil tinha 77 casos confirmados, de acordo com a pasta, mas alguns ainda não haviam entrado na contagem oficial.
“O objetivo não é impedir, é reduzir velocidade de transmissão para que o sistema de saúde consiga se manter ativo”, explicou o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira.
Ele lembrou que, por conta da mudança de tempo, com a chegada do inverno na próxima semana, começará a sazonalidade de doenças respiratórias – entre elas o coronavírus. Por isso, medidas não farmacológicas – como evitar o contato entre as pessoas e lavar as mãos – deverão ser adotadas.
Veja recomendações do Ministério da Saúde para combate à Covid-19:
Atendimento médico
As pessoas com sintomas não devem procurar unidade de saúde se:
- tiverem apenas tosse;
- tiverem apenas coriza;
- tiverem apenas coriza e mal-estar ou sensação de moleza no corpo;
- tiverem apenas febre;
Nas situações acima, a recomendação do Ministério da Saúde é que se entre em contato com o número 136 para que uma equipe de saúde possa dar orientações.
Quem tiver falta de ar (dispneia) deve procurar uma unidade de referência para atendimento.
Comportamentos individuais recomendados
- Ao tossir ou espirrar, deve-se utilizar o antebraço ou um lenço, que deve ser descartado.
- Lavar as mãos com frequência e ficar em casa se estiver doente.
- As máscaras são indicadas para pessoas que estão doentes, têm contato domiciliar com doentes e para os profissionais de saúde.
- Evitar apertos de mão, não compartilhar alimentos e bebidas, aumentar a distância social, reduzir a exposição a lugares lotados.
- Idosos e doentes crônicos devem evitar locais com aglomeração: cinema, shoppings, shows e viagens.
- Mudar rotina no transporte público.
- Fazer exercícios ao ar livre. Academias podem estimular horários alternativos e reforçar higiene de equipamentos.
- Comprar suprimentos que devem estar sempre à mão, para evitar sair se ficar doente ou precisar cuidar de alguém doente. Ao mesmo tempo, fazer isso de forma racional e evitar compras desnecessárias.
- Quem usa medicamentos contínuos deve pedir prescrições com validade mais prolongada, para evitar ter que ir a uma unidade de saúde no período entre o outono e o inverno.
- Fazer compras fora do horário de pico.
Empresas e instituições de ensino
- Responsáveis por shoppings e comércio devem permitir lavar as mãos com frequência, usar álcool 70%, disponibilizar toalhas descartáveis e limpar o ambiente com mais frequência – incluindo pisos, corrimões, maçanetas. O ventilador é um complemento.
- Empresas devem incentivar reuniões virtuais, cancelar viagens que não sejam essenciais e usar o home office (trabalho remoto). Também devem adotar horários alternativos e escalas diferenciadas para os trabalhadores, para que haja menos pessoas circulando em horários de pico.
- Instituições de ensino devem planejar a antecipação de férias – para diminuir o prejuízo ao calendário escolar – mudar horários de aulas e usar ferramentas de ensino a distância.
Eventos
- Eventos com concentração próxima de pessoas – sejam governamentais, esportivos, artísticos, culturais, políticos, científicos, comerciais ou religiosos – devem ser cancelados ou adiados se houver tempo hábil. Se isso não for possível, a recomendação é que o evento ocorra sem público. A recomendação vale tanto para eventos em massa como para aqueles em local fechado.
- Cruzeiros turísticos também devem ser adiados enquanto o período de emergência em saúde pública estiver em vigor.
- Velórios de pessoas que morreram por infecção de Covid-19 devem acontecer sem aglomeração de pessoas.
- A depender da situação, trabalhadores de saúde devem usar equipamentos de proteção individual.
- Os serviços de saúde deverão fazer triagem mais rápida dos casos, para que pessoas com sistemas respiratórios passem menos tempo em salas de espera. Vacinações devem ser feitas em áreas abertas.
- Os sistemas de saúde também devem planejar a ampliação das equipes, com estagiários, estudantes e aposentados e realizar campanhas de sensibilização da população.
- Nas UTIs, devem ser monitoradas as admissões e as altas relacionadas ao Covid-19. Secretarias municipais devem ter atualizações diárias desses dados.
Ao G1, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que não tem como comentar a recomendação do Ministério da Saúde.
No dia 6 de março, a agência havia recomendado que passageiros provenientes de países da América do Norte, Europa e Ásia e que apresentassem sintomas como febre, coriza, tosse e falta de ar poderiam ser considerados suspeitos de Covid-19. A Anvisa reforçou que quem entrasse nesse perfil deveria procurar atendimento médico de imediato.